Ô meu oceano,
terra, luz e ar,
sou também seu filho,
pele clara,
mas sou de Yorubá!
Me perdoe a distância,
o vento forte me levou de sua terra
para um longínquo mar!
Não há como negar,
velejo o mundo,
ando, voo e corro,
às vezes canso,
quase que morro!
E é tudo por saudade de voltar
ao início e ao fim
da última jornada,
antes de te olhar
em meios as águas
de todo o lugar.
Olho para o céu
e me pergunto,
por que esse azul não vira água,
por que seu silêncio não canta
a canção das ondas!
Noite negra, bela lua,
o azul do mundo,
braços abertos de seu filho
de encontro aos seus braços fundos.
Volte para perto de mim,
eu peço,
não quero sortilégio,
tão pouco privilégio,
só quero seu afago,
de leito eterno!
O mundo é tão igual,
tudo e tudo,
me tira desse mundo,
mas só quando bato na sua porta
tudo fica mudo!
Azul cintilante,
triunfo da vida,
seu marinho azul me alivia,
do medo da noite
e seu cruel açoite!
Verde limpo, límpido,
de vida e da vida,
da mata e das areias,
terra e rochas.
Eis que nos deu a vida,
eis que se fez o firmamento,
o início da vida,
do tempo e dos ventos!
Agradeço a esse dia,
que viajei ao mundo,
aos céus e ao fim do mundo,
mas pude te encontrar,
dar um saudoso abraço
de seu filho do mar!
Yemanjá, Yara, Maria,
Janaína, Ana, Rainha,
Mães das Mães,
dos ventres e do mar,
de nome Yorùbá,
todas as criadoras
de tudo o que há!
Sim, sei que sou filho do mar,
de pai sol e mãe luar,
no meu tempo,
volto a ti
minha rainha do mar!
YEMANJÁ DE YORÙBÁ DO FIRMAMENTO AO MAR
Felipe Anderson (2016)
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