I - Ideologia Sobre o Povo Brasileiro
Existe uma ideia socialmente concebida, de um tal "jeito brasileiro" de ser - uma adaptação de costumes -, próprios do povo brasileiro. Durante o percurso do texto é essa concepção que tentarei abordar como um ponto central dessa questão e seus meandros; não será uma crítica ao comportamento de uma sociedade soberana; que de fato é soberana em sua cultura, língua, economia e ordem social, mas sim uma reduzida ilustração da realidade que permeia nosso comportamento e nossas transformações sociais, pela luta por direitos, igualdade, ideal de felicidade e a consolidação da nossa identidade - algo que defina nossa sociedade como produtora de sua realidade e sua materialidade, sendo ela social e cultural.
Para melhor ilustrar essa crítica usaremos um elemento chave que tem um valor análogo importante na literatura brasileira, que através do olhar crítico de seu autor faz uma referência velada das interações sociais e de todo papel do desenvolvimento livre do povo brasileiro através da busca em seu ideal de civilização.
A obra em questão trata-se de Macunaíma um anti-herói que pode bem ser descrito como preguiçoso, malandro, ou por hora apenas como este “anti-herói” nacional; que facilmente se livra de obrigações, não segue leis e nenhum princípio moral que possa lhe regimentar.
As interpretações da obra serão sobre certa ótica da antropologia funcionalista e da psicanálise, pois assim compreendemos símbolos representativos que vão além da ordem de uma consciência lógica daquilo que somos, fazemos e compreendemos, e não só para um indivíduo, mas a soma destes criando uma realidade sociocultural neste espaço-tempo, e se desdobra numa análise sócio antropológica do povo brasileiro numa mítica em que se expressa o quem nós somos.
SUGESTÃO SONORA
Ñande Reko Arandu (Memória Viva Guarani)
Macunaíma - O Herói Sem Nenhum Caráter
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II - Macunaíma: A síntese da Obra de Mario de Andrade
A obra literária de Mario de Andrade (1893-1945), apresenta como valor final um consagrado anti-herói, Macunaíma; e o retrataremos como objeto material produzido por nossa realidade e nossa cultura, melhor descrito num fragmento inicial do livro de 1928.
"No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. (...)" . (ANDRADE. M,1928)
A mesma obra também foi adaptada ao teatro e a um roteiro de cinema que deu origem ao filme homônimo escrito e dirigido por Joaquim Pedro de Andrade, o filme data de 1969, integralmente baseada na obra de Mario de Andrade, talvez até possa se encontrar no roteiro adequações linguísticas ou uma transformação adequada à época, devido principalmente ao fato do período em questão estar envolto na ditadura militar brasileira.
O filme e o livros são rapsódias de eventos sem exata cronologia, apenas um emaranhado surrealista, que o todo pode ser descrito como a realidade brasileira e sua miscigenação, por vezes Macunaíma é índio, outrora é mulato, até loiro chega a ser, do Nordeste vai a São Paulo e de lá ao Rio de Janeiro, no final volta a sua cidade natal, sem o que foi procurar, uma pedra que lhe foi roubada - Muiraquitã. O que nos faz pensar, se Macunaíma não foi buscar novamente sua identidade, que lhe fora roubada, ou algo anterior a própria identidade, fragmentado ao final de sua jornada, não a encontrou, está foi assimilada pela natureza – engolida.
Nesse livro de um dos artistas fundadores e consagradores do Modernismo brasileiro (Mario de Andrade), retrata-se que Macunaíma nasceu negro e índio, e ao decorrer da sua jornada muda sua pele e sua raça. No cinema o ator Grande Otelo é o bebê Macunaíma - índio mulato, ao longo do filme o ator Paulo José é o Macunaíma aloirado - galego.
Sobre o desenrolar da história não fica perceptível onde se quer chegar, além da busca de Macunaíma pela sua pedra sagrada, vemos apenas uma luta pela sobrevivência considerando as suas próprias vontades, uma adaptação moral possível a se ter, atendendo a interesses e impulsos próprios, nem a gramática portuguesa é corretamente seguida na escrita e na fala – um português próprio – apenas nos é apresentado uma diacronia, ou seja, uma transformação linguística e de modos sociais sem fim.
Essas reinvenções linguísticas buscam favorecer o saber do nosso “herói” ao saber da sociedade como uma congruência linguística e de costumes - por final pode-se dizer que o termo anti-herói define bem Macunaíma, por que ele não guarda suas vontades ou retém seus instintos por leis ou moralidade, ele apenas segue atalhos e retira vantagem até mesmo de simbólicos demônios devoradores de gente, sempre ganhando tempo entre batalhas, desafios e é alguém que se satisfaz tirando pequenas vantagens, conservando um ideal de si mesmo, que se opõe aos elementos morais, estabelecidos aqui por outros povos.
Macunaíma já nasce narcísico, narcisismo esse se destaca em sua figura de certo redentor da mata selvagem, mas perde-o em meio a um mundo que logo lhe impõe seus limites de não satisfação completa, então Macunaíma estabelece um ideal do eu em busca de sua pedra, salta então à uma busca de se restituir no mundo que não se mostra como seu reinado, daí um recorte de Sigmund Freud (1914), que bem se assemelha nessa odisseia tupiniquim.
“A esse ideal do Eu dirige-se então o amor a si mesmo, que o Eu real desfrutou na infância. O narcisismo aparece deslocado para esse novo Eu ideal, que como o infantil se acha de posse de toda preciosa perfeição. Aqui, como sempre no âmbito da libido, o indivíduo se revelou incapaz de renunciar à satisfação que uma vez foi desfrutada. (...)”. (FREUD, S. 1914, pg.27)
Este ideal de si em Macunaíma se funde a elementos pré-existências sociais, e também se perde em meio a procura para satisfazer seus ideais; ele terá que encontrar atalhos, pois senão, só encontrará entraves para restituição daquilo que fora tomado, como rei e herói, filho legítimo da mata, que neste momento não é mais, pois o reino brasileiro já fora tomado, por outros reis e rainhas, colonos de além-mar, que aqui depositaram seus próprios ideais, leis, moralidade e limites, assim sendo, um perfeito ensaio sobre aquilo que parece edificar o ideal do eu em Macunaíma.
III - A Concepção Pós-Modernista
O autor aborda a temática de Macunaíma como elemento de um idealismo nacionalista, da busca desse ideal emancipatório, a expressão é ideológica e política no transcorrer da obra, e é pessoal a todos nós, pois expressa que uma cultura outra nos aprisionou, trouxe-nos cores, sabores, verdades e esses tais princípios, enquanto nos catequizavam sobre lemas que não faziam parte de nossa história, apenas nos regimentou.
Tudo aquilo supostamente que éramos (tribos brasileiras), nada mais era que pura selvageria, chegou a nós então os limites; os índios retratados em Macunaíma descobriram que estavam nus, um novo complexo em nós é instaurado, iniciando essa cadeia de eventos nessa fase em que não éramos mais livres infantes.
Esse recorte é apenas como esboço de uma visão de movimentos sociais que se estabeleceram no Brasil, usando de referência a obra - Macunaíma – O Herói Sem Nenhum Caráter, esse somos nós, os heróis e anti-heróis dessa gente, que fazemos farra nas urnas democráticas, nas fábricas, nos dias e segundos em que podemos nos divertir, festejar, se espreguiçar e nos vangloriar de uma promoção profissional, galgando sempre pequenas conquistas, que pareçam nos devolver, uma satisfação plena, daquilo que nos fora tomado. Macunaíma por hora é nosso redentor não só produtivo, mas ideológico, que prova que os hábitos, costumes e fetiches sociais devem ser aceitos do jeito que são - ou - não; ou eles tenham sido impostos por outra cultura, que não a nossa real e funcional cultura brasileira, filhos dos espíritos da noite e do dia, filhos da selva.
Não cabe aqui discorrer sobre os costumes tribais indígenas brasileiros, pois, são múltiplos entalhes que estavam presentes em nossa cultura pré-colonial. Se constituí esse complexo, pois se unificou em uma única poda (castração)¹ de diferentes culturas, essa castração entenderemos como o nome que unificou em uma bandeira e uma nação, Brasil, antes não havia a noção de nação, como um todo social, era uma pueril existência.
¹ A questão do eu, perpassa sobre o falo na metapsicologia freudiana, é de grande impacto a sua existência, principalmente diante da possibilidade de sua ausência, é então de grande temor ao narcisismo sua ausência, podendo isto ocorrer, elaboradamente pela fantasia da criança.
IV - O Nome Brasil
Esse nome Brasil, da gente de Macunaíma tem relação ao nosso antes abundante Pau-Brasil - a madeira cor de brasa, também já fora discutida historicamente sua origem sendo oriunda de outros povos, como de origem celta, possivelmente chamando aqui de a terra das delícias - Ilha Brazil. Essas são algumas possibilidades de nosso nome estrangeiro, celebrando assim a descoberta de nossa terra, depois de inicialmente chamar Monte Pascoal, Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz, Nova Lusitânia, Cabrália e outras, ao fim o nome se consolidou e resplandeceu.
Ao certo a origem e o nome talvez possa mudar e tivesse um nome antes ou diferentes para cada terra, pois haviam, mas neste todo, o que permaneceu foi a essência, o Pau Brasil, uma árvore que nos unificou, para assim ser cortada como em um único solavanca paternal, o certo é, as leis aqui chegaram, junto de seus regimentos e conflitos em meio a uma resistência.
V - Brasil - Sociedade, Cultura e a Fauna
Macunaíma ao decorrer de sua jornada vive dizendo - “Ai que preguiça”, sempre preguiçoso, ou se espreguiçando. A própria palavra "Ai-que" é ambígua, pois deriva da palavra "Aígue", que é o nome de designação em tupi-guarani das Folivoras ou Bicho Preguiça. Sendo assim Macunaíma é preguiçoso duplamente, Aígue e Preguiça, para Freud essa questão da sonolência recorre ao estágio narcísico, Macunaíma então recorre a sua preguiça como aliada a retomar seu estado anterior das coisas novas.
Ele então é o símbolo ou o material produzido, consolidado por uma consciência coletiva, que se aliena a suas próprias mazelas sociais, que se satisfaz no pouco que recebe, e ao pouco que se conquista, mas define o que a coletividade brasileira consegue produzir de ideal moral. O autor define um conflito de classes em que vence aquele que melhor figurar os elementos da massa populacional dominante e que tenha como valor as pequenas conquistas, restituindo o perdido, em pequenas doses.
O tal jeito brasileiro do início do artigo, e o próprio termo Macunaíma, parecem dar força a palavra Malandro, um Mal e Preguiçoso - Malandro, já a palavra Macunaíma deriva de sinônimos indígenas de forças da noite ou males da noite - as sombras que vivem presas a um passado sombrio, em que buscamos seguir adiante, mas sempre envoltos a restituir um estado anterior das coisas, somos aqui além de tudo ambivalentes², em ser o que devemos ser, com amor por um ideal civilizatório e odiosos pelo que nos fora tomado, agimos socialmente por uma inquietante incompletude.
Os heróis dessa gente, os heróis nacionais têm sempre se adaptado e criado identificação rápida no inconsciente³ popular brasileiro, são os espelhos associativos que nos vemos, nos “mais espertos”, ou nos produtores de materiais sem expressões culturais definidas, apenas acidentes de miscigenação cultural mal resolvida, e possivelmente uma adaptação de modos a nosso clima tropical - além da adaptação espiritual a nossa Flora e Fauna. No Brasil os achados arqueológicos fazem de nossas terras o grande sitio de descobertas de mamíferos gigantes, em especial o Bicho Preguiça, com sua cara indescritível de preguiça boa de fim de tarde. Não há como não assimilar a identificação entre o brasileiro e essa fauna, há tantos outros mamíferos e animais silvestres, de uma diversificada fauna de nosso trópico.
A alegoria em acepção da palavra se expressa em nosso ritual folclórico festivo, em que aves adornam as fantasias de carnaval, essa festa em meio a outros carnavais pelo mundo, em nós parece expressar com intensa energia, aquilo que nos fora recalcado, a nudez – a liberdade, os nossos instintos sexuais, impulsos esses reprimidos, que encontram em nosso folclore meios de se extravasarem, e encontram em meio a fauna um símbolo de sua onipotência, anterior ao que nos castrou e nos transformou para sempre, além do mais o carnaval nada mais é que um ritual tribal da fertilidade, e assim somos todos, ritualísticos e tribais, mesmo que a razão pareça ter nos libertado de certas coisas, mas jamais uma espécie quaisquer que sejam é liberta de sua real natureza.
² Há uma luta entre esse novo amar e odiar, pelo que se pode ser e que se fora tirado do ser, essa dualidade é um símbolo representativo na mitologia de Macunaíma, um ser ou não ser em nós, no personagem e na parte dele que representa a todos nós.
³ Me valido do conceito numa dimensão social, desta sugerida instância psíquica em que conteúdos recalcados e representações traumáticas estabelecem em seu espaço de representações não consciente.
VI - Miscigenação
Em meio a essa odisseia nacional, há um grande parêntese, ou melhor, um grande equívoco nessa miscigenação de cores, raças, credos e ideologias, pois em meio a tudo isso se perde a aceitação do todo cultural, tanto a herança histórica, como a transformação cotidiana, essa ideologia que se reflete sobre as massas é a característica de um povo que não se entende como indivíduo produtor, fixada em um estado perdido das coisas em si e os resultados são em nossa cultura, essa perda da sublimação, e perdendo assim o principal elemento estruturador dessa cultura.
Essa mesma classe que dá propensão e força a essa ideologia se perde na construção de uma - consciência ou inconsciência social - que tem como resultante final a construção material, política e das estruturas da igualmente inconsciência coletiva econômica do Brasil. Nossa gente, nossos heróis e nós - Macunaímas de fim de tarde, acabamos apenas criando um produto bruto, inacabado, acidentado, em que se cria um paradoxo desfavorável. As raças perdem o melhor de si, pois não se aceitam como são, e menos ainda aceitam sua miscigenação, buscam sempre em outros - em outras culturas a sua identidade, sendo ela ideológica, racial, ou cultural, uma busca de raízes que nos definam, melhor do que a natureza ao nosso redor pode nos definir, justamente neste ponto reside outra falha.
Mesmo que o ouro das coroas de reis e rainhas tenham sido extraídos aqui, só veremos beleza nele, se a coroa tenha chegado a nós via outros povos – ou postos sobre cabeças que não as nossas, e jamais veríamos a beleza no mesmo ouro se acreditássemos que ele partiu daqui. Isso serve para os rubis, esmeraldas, diamantes, prata, remédios, ou elementos outros que nasceram em nossa terra e foram transformados no estrangeiro por pais e mães que os sequestraram. Porém nossa diferente forma de assimilar culturas e aceitá-las, esconde nossa verdade miscigenada, ou seja, nós sem percebermos assimilamos e misturamos tudo, de uma forma única a qualquer outra nação ou povo.
Neste ponto reside ao certo um profundo paradoxo, contraditório, em que negamos a nós mesmos, mas aceitamos e incorporamos tudo. Um amor velado em que não notamos acontecer diante de nós, com um brilhantismo natural de nossa herança original indígena, sem dúvida antropofágicos, assimilativos e culposos – pois o devorar nos traz a culpa primeira, o bem e o mau nos chega por uma mesma via e está dentro de nós.
Quanto ao fim desse conflito, que culmina nas classes sociais e racial o antropólogo Gilberto Freyre (1933) concluí em discussões em seu livro Casa Grande e Senzala, que aqui não há perfeição de coisa alguma, democrática, racial, ou de tantas outras coisas que se espera da humanidade ou do iluminismo, mas aqui há uma aproximação muito maior de uma democracia racial, que em qualquer parte do mundo, ou seja, aqui se soma tudo, transforma-se tudo e tudo se miscigena, concluo eu, como o café e o leite, que traz paz aos condados mineiros de pastos e cafezais.
"(...) Um espírito de fraternidade humana é mais forte entre os brasileiros que o preconceito de raça, cor, classe ou religião (...)". (FREYRE. G. 1956)
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As Cidades - Chico Buarque
VII - Cultura
Nesse ponto devemos antes de mais nada nos perguntar, o que é cultura, ou nossa cultura? Vejamos a ilustração em um exemplo abaixo, mas este exemplo não expressa um mal-estar na civilização como proposto por Freud (1930), mas ainda assim corrobora com sua ideia desta cultura ser inerente a nós.
Imaginemos que a cultura seja um rio, seguindo seu natural e constante percurso, tal como o Rio Amazonas, ao invés da simples composição de água, haja diferentes sedimentos - sendo eles nossas raças, credos, rituais, deuses, cânticos, arte, culinária, criações, símbolos, concepções, moral, ética, células-dna-cromossomos, fauna-flora, clima, topografia, natureza e seus fenômenos, nossos esportes ou estruturas de jogos sociais, nosso passado-presente-futuro e o que mais for possível de ser concebido ou assimilado pela tal cultura. Então alguém aproxima-se desse rio chamado cultura e joga uma pedra, um rompante desse estado de coisas fluidas - notadamente as águas criam uma ondulação - essa ondulação se propaga, mas vai perdendo força rapidamente, alguns pingos sobem, a vida que esteja no rio nota algo cair no rio, e a pedra vai para o fundo do rio, isso tudo em um curto espaço de tempo, porém logo o rio volta a correr do mesmo jeito que corria antes, no mesmo sentido - a pedra criou essa ondulação, mas logo foi assimilada ao rio.
Bem essa é uma breve descrição sobre cultura, e as influências que uma cultura pode sofrer, oriundas de diferentes meios e impulsos pessoais-sociais, mesmo que a pedra dê lugar a algo maior, tal como uma barragem, ou uma grande rocha, algo que transponha seu caminho - é perceptível que a natureza possui mecanismos próprios de devolver a esse rio o destino que lhe é necessário e possível, levando em conta todos os fatores, tais como os espirituais, naturais ou animais-humanos que compõe esse rio.
O antropólogo Bronislaw Malinowski (1884-1942), buscava constituir uma concepção de estudo etnográfico, e sugeria assim que houvesse uma coesão de estruturas evolutivas na cultura, todos os fenômenos de natureza social podiam se conectar e serem compreendidos, por partes funcionais, com finalidades especificas atendendo ao todo de cada sociedade.
Para Malinowski não havia necessariamente uma perda para determinado povo ou cultura, quaisquer que fossem os atos dos colonizadores ou transformações sociais, mas sim, sucessivas transformações próprias, derivadas de seu passado e das influências presentes, ou seja, ele não nega o nacionalismo e a conservação ortodoxa de culturas, mas tenta pregar com seus achados que hajam diferentes somas e com isso diferentes resultados para cada expressão da humanidade, sendo os atos da humanidade, esses sim, relativos a simbologias variadas, como mecanismos de expressar o psiquismo e as relações – através desses símbolos. Tais ideias possibilitaram que ele elaborasse ferramentas originais de pesquisa e interpretações sociais, em consequência disso também criou rupturas com o pensamento social do início do século XX.
O ditado nativo dos povos de Papua-Nova Guiné: "Uma vez no Kula, sempre no Kula." Malinowski (1922), diz respeito as trocas de braceletes sagrados dos povos trobriandeses, elementos esses que fazem parte de uma complexa estrutura que atende a interesses culturais e econômicos, bem como a significados sociais amplos do povo das Ilhas de Trobriand no oceano pacífico.
A cultura brasileira afinal é permeada por essa complexa teia, descrita sobre um recorte alegórico da cultura representada por um rio, ou que sejam tantos outros elementos como deltas, foz, mar, lagos, riachos; essa identidade e cultura tem como sua nascente esses águas, que por vezes sofrem rompantes de outras culturas, já criadas longe de nós, logo nós as assimilamos com uma habilidade própria de miscigenar, porém assimilando uma cultura outra, não proveniente de nossos pecados originais.
*Sugiro para melhor compreensão da transformação da cultura, a leitura das obras de Bronisław Kasper Malinowski e o Funcionalismo, sobre a concepção da Antropologia Social.
VIII - Ideologia "Macunaímica"
Agora outro breve exemplo, já retornando a nossa identidade, posteriormente a cultura que a cria:
Um motoqueiro avança o sinal vermelho - para ganhar mais tempo - também trafega sobre a calçada em certos momentos. Vemos nesse episódio o indivíduo que conduz um objeto material que é a moto - essa moto lhe dá um poder que o faz moldar ou transgredir a lei como trafegar na calçada e avançar o sinal, o faz tirar vantagens de seu poder momentâneo e pouco lhe importa qualquer ordem outra.
Em contrapartida a ideologia que o indivíduo traz consigo fomenta vida e moralismo a moto, criando a imagem que se generaliza - uma imagem que se opõe a leis e convenções sociais, determinando assim a moto como a parte de um organismo com vida própria, por fim cria a propensão de fetiche sobre a moto alinhavada ao desejo do ato; como um objeto que expressa poder ideológico, sendo assim, em pequenos episódios como esse, cria-se a nossa realidade ideológica, esse complexo em que somos crias e somos criados, prisioneiros de nossas próprias amarras. Nos satisfazendo de pequenos poderes, imediatos e rápidos, por ora o motoqueiro se satisfaz como lhe é conveniente, em outras vezes o cochilo no almoço satisfaz a outros trabalhadores; uma contracultura perante ao poder que impõe os limites.
Tal concepção não é sobre o brasileiro em si, mas é sobre a vida, as sociedades, tal como a coroa fornece propensão, moralismo e heroísmo a reis e rainhas, seria dizer ao certo, que a coroa que faz o rei e a rainha, não o oposto. Há uma essência que nos precede e posteriormente uma força que nos aprisiona, transformando o homem que empunha a espada no herói que só se torna possível de existir apenas com tal espada.
Nossa ideologia se submete não a busca de um grupo consolidado brasileiro, através de sua própria mitologia ou ideologia de desenvolvimento de um sistema nacional de produções e construções positivas – sublimadas, mas se submete a ideologia que se enquadra em um modelo social na busca de uma aceitação-adaptação, àquilo que nos precede, por vezes outros povos dizem terem criado embarcações ou aviões antes de nós, sendo garantidamente assim, melhores que nós, já para nós brasileiros cabe sermos eles, aceitarmos eles – uma força patriarcal já estabelecida, pois sugere-se que estejam num ponto de racionalidade, poder e intelecto acima de nós, e o que prova a nós isso, são tais construções materiais, sendo elas tecnológicas ou ideológicas. Sem dúvida essas são mais amarras que nos aprisionam, em especial num mundo global, de elos indissociáveis, se pensarmos em graves rupturas, tenhamos certeza, será dolorosa, pois seremos por fim, uma minoria ideológica, infantes diante de adultos, mesmo que sejamos nós que conservemos esse protótipo de recalque.
Essa nossa ideologia vigente que se estabelece como ponto referencial com seus “heróis” prontos, para assim sermos mais rápidos e ágeis, pois no final de nossos expedientes cotidianos, queremos também ter sido algo e não apenas uma parte de algo - ainda em processo de construção do todo. Queremos tirar vantagens ou os “parabéns” de nossos líderes supremos, reis e rainhas - em sua maioria de ascendência portuguesa, italiana, alemã, libanesa-árabe, espanhola, japonesa e agora chinesa, entre outras culturas que facilmente nos fascinam por seus deuses, poderes, dinheiro e novidades que trazem de além-mar, o poder em suas múltiplas facetas, a própria questão do nacionalismo passaria, por uma ruptura da castração, sentiríamos que ao enfrentarmos essa mítica desigual, em um breve solavanco já estaríamos castrados e impotentes, perante aos papéis pré-estabelecidos.
IX - A Colonização
A grande massa de pensamento dominante na era colonial brasileira, fez reverência a cultura dominante - europeia - atualmente ao império americano. Ou será que nunca ouvimos dizer "- A última moda em Paris". Até o único e exclusivo pão de padaria brasileiro, é chamado aqui de pão francês, a tecnologia que desenvolvemos em nossas indústrias e universidades é dada como tecnologia alemã ou de outra nacionalidade. Infelizmente em meio a isso, até mesmo a culinária mais saborosa, rica e perfeita do mundo, acaba perdendo espaço a ideologia dos restaurantes franceses, cantinas italianas, ou restaurantes japoneses - essa culinária mundial - que mesmo sendo feita aqui de forma perceptiva a mim como mais rica, saborosa e miscigenada, não satisfaz o brasileiro, como consagração de nossa cultura. Não há quem nunca tenha visto um pé de cacau na suíça, mas teimamos em achar que os chocolates deles são melhores; teimamos em aceitar e acreditar nos periódicos de jornais e revistas que determinam o que há de melhor no mundo, em todos os sentidos.
Ao final disso tudo, o grito as margens do Rio Ipiranga, não parece ter nos libertado, mas mudado o tal modelo de negócio, de colônia portuguesa para nação independente - e assim - por fim - nós como consumidores imperiais. A nós, me parece que sempre será conservado, um ideal de propaganda cultural que aqui tudo se vende, tudo é produto, todo o ouro é de quem chegar primeiro, toda mulher gosta de estrangeiro, todo dia é carnaval, toda alegria é futebol e todo outro povo - que não o nosso - é melhor que nós mesmos, e o resultado é que fechamo-nos em um ciclo pernicioso.
Talvez em meio a colonização brasileira pelos povos europeus, o confronto dos Macunaímas e todos os tupiniquins, tupinambás - tupis, guaranis, pataxós, guaicurus, aimorés e outros povos e raças indígenas, causou uma influente necessidade de se adaptar, a novas ideologias, uma nova fé de forças supremas aos homens, um novo Deus mais forte que Nhanderuvuçú (Yamandú)[4]. Assim os nativos foram se regimentando e se adaptando, recebendo de imediato sorrisos, fascínio pelo brilho dos objetos que os colonos traziam consigo, e até seus espelhos de Narciso, e fazendo que nosso povo esquecesse de sua própria imagem e seus próprios deuses.
Nesse parágrafo deixo algumas perguntas, se nos deram espelhos e levaram nosso ouro, afinal quem obteve maior vantagem - olhemos para o mundo, o que mais vemos, ouro ou espelhos? O que mais puramente reflete a luz, e com ela as imagens, o ouro ou os espelhos? O que afinal tem mais valor, o que nos é muito necessário, ou o que achamos ser necessário e valioso? Abaixo um fragmento de uma canção, que exprime melhor, sobre os feitos da colonização, e essa identidade roubada.
“(...) Quem me dera, ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha...
...Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente (...)”.
Índios, Renato Russo
[4] Deus sol, força espiritual suprema na mitologia Tupi-Guarani
X - Antropofagia e Culinária
Porém em certo período o fascínio encontrou barreiras de tribos antropofágicas - índios nativos que se alimentavam de seres humanos - com o ideal que assimilariam a essência, força e vitalidade – o espírito desses povos - de outro lugar na terra, literalmente devorando-os, por partes do corpo, buscando assim assimilar a vítima. Posteriormente a Antropofagia indígena, houve outro tipo de resistência e foram de índios guerreiros, muitos deles os Guaicurus, com seus cavalos e lanças, além da resistência dos índios que só queriam saber de se espreguiçar, libertando-se assim da servidão e do ódio dos capatazes, também e talvez, no exato momento que os colonizadores começaram a se enfraquecer amando as índias e as mulheres dos colonos amando os índios, essa mistura de amor e ódio, houve a união e a libertação, sem que ninguém tenha notado, mas apenas acontecido da escravidão indígena.
Posteriormente houve a necessidade dos colonos europeus comprarem escravos, e os navios negreiros aqui desembarcaram, com a promessa de uma revolução nos métodos produtivos agrícolas em nossa terra que já havia recebido o nome de Brasil.
Ao final da escravidão nova libertação, a Lei Áurea (1988), assinada pela princesa Isabel do Brasil, no início o descontentamento dos fazendeiros e monarcas foi notável, após, um silêncio retumbante, e a integração rápida nos espaços sociais, tais como igrejas - a segregação não parecia existir, como em outras terras, mas ainda assim, uma diferenciação de poder e classes sociais, derivadas desse poder inicial, conceito esse abordado por Gilberto Freyre (1933).
Durante todo esse cenário de colonização, o grande meio de partilha de costumes, se tornava a comida, em que escravos tanto cozinhavam aos colonos, como comiam restos, e misturas possíveis, dando origem a feijoada; mesmo os Guaicurus, que são índios nativos da região sul, vindos de outras fronteiras, parecem ter incorporado, ou sido precursores do cultivo pecuário de gado no centro-oeste brasileiro, essa cultura advinda da região sul de nosso continente. Imaginemos assim um cenário de trocas, de comidas, costumes de caça, plantio, cultivo, cozimento, preparo e afins.
Uma miscigenação acima de tudo alimentar, que conectava a todos sobre uma mesma cadeia de eventos e relações, um processo social de desenvolvimento, que poderia bem ser individual, subtraindo assim o somatório, o elemento por vezes canibalesco de algumas tribos presentes na América do Sul, foi sendo substituída por fantasias menos arcaicas e antropofágicas de organização social – questão essa que é a antropofagia proposta pelo Modernismo brasileiro, eu acrescento a questão do cerne cultural, e o mecanismo primeiro do espírito, sobre os aspectos que envolvam a alimentação – ou seja, a boca, o devorar, assimilar, mastigar, saciar. Não me parece haver mecanismo outro que faça que cães se unam a outros cães e se unam a homens, ou quaisquer animal se uma com seus semelhantes ou à outras espécies – que não, pelo alimento, esta tese, além do mais é tido como importante crença indígena, em que diferentes tribos sugerem que a alma está em nosso sistema digestivo, sem dúvida onde se conecta mães e seus filhos por cordões umbilicais, e todas as formas de vida, pela fome e a voracidade – instinto em nós assimilativo além do mais, satisfazendo ao corpo e o espírito.
A terra Brasil de delícias mil - abriu mão de sua assimilação antropofágica gradativamente, e pode além de seus tesouros, mostrar aos colonos, tantas outras iguarias, a princípio o caminho que era procurado por Pedro Alvares Cabral era o das Índias Orientais, acidentalmente chegou ao Brasil nas terras de Vera Cruz. Além de mulheres e homens estranhamente desnudos, estranharam quão exótica era aquela cultura e tão rica e prospera nossa terra, rica em iguarias, cores, frutos, flora, fauna, de uma forma mais exuberante que propriamente a Índia que procuravam como destino. Um cântico indígena em língua nativa, expressa em sua estrutura linguística esse conceito de assimilação e conceito sobre o eu e o outro, presentes em nossas tribos.
Idioma Guarani
Mamõ tetã guireju
Mamõ tetã guireju
Têtã ovy rajyi
Eikere xevy, eikere devy
Eikere xevy, eikere devy
Mamõ Tetã Guireju' - Joexaá Porã
Tradução Português
De que lugar sagrado você veio.
De que lugar sagrado você veio.
Filha do paraíso azul.
Diz, entra para mim.
Diz, entra para você.
Notemos que o mim e o você - são as mesmas palavras - uma mesma coisa. A antropofágica culinária é um prato cheio, sem dúvida é o que há de mais exuberante em nossa terra, e é literalmente exuberante a quem for analisar sobre uma perspectiva profunda. Vejam só um prato de comida tipicamente brasileiro, o que não pode faltar? O arroz e feijão - sendo ele preto ou o marrom. Se não é essa a simbologia mais perfeita para representar como nós assimilamos a tal miscigenação - qual seria afinal a definição mais precisa - que define a resistência de uma antropofagia latente e adaptada.
Nós brasileiros - Índios - Macunaímas, ou miscigenados estrangeiros substituímos a carne de navegadores que aqui se perderam - por um prato mais universal, pela carne bovina - que atualmente é cultivada e tratada pelas zonas pecuárias brasileiras, em especial na região centro-oeste, como citado acima, e também na região sul, já o complemento se faz com saladas - tomates - alface - legumes - vegetais e afins, já esse ingrediente pode ser cultivado no jardim de qualquer casa brasileira, do Oiapoque ao Chuí. Por vezes ovos caipiras de galinhas carijó também fazem complemento a esse prato oriundo de rituais canibalescos de assimilação, para beber sucos, de infinitas possibilidades, caju, maracujá, abacaxi, cajá, jaca, abacaxi, açaí, guaraná e tantos outras, a maioria de nomes de origem Tupi-Guarani. Também nessas refeições há espaço para o café e o bolo de fubá e por fim um cochilo de Macunaíma na rede, para assim satisfazer a tal preguiça – retornar a um estado puro e pleno.
A culinária e a antropofagia ainda assimilam sem parar, hoje e sempre, dando origem a culinária mineira, goiana, mato-grossense, baiana, nordestina, nortista e sulista. O mundo cada vez mais se rende a carne bovina brasileira, ou melhor, o churrasco dos pampas gaúchos, esse sim, cada dia mais grife brasileira no mundo afora - made in Brazil - tomando cada dia mais espaço nas ruas de Manhattan em Nova York. Talvez os americanos um dia queiram também depois do almoço ser preguiçosos como nós - Macunaímas, após saborear nossa comida, ou um angu - misturado a arroz e feijão - essa a mais perfeita simbiose de um negro e um branco unidos, por um bem maior ou por uma antropofagia de nossos ancestrais que permanecem em nós, como um rio e seu invariável destino sendo no Brasil ou em qualquer lugar do mundo. Pois também há nesse desdobramento do Complexo de Macunaíma, uma interpretação antropofágica do que somos nós – aquilo que se perdera pelo caminho.
XI - Quem Somos Afinal - Macunaímas?
Bem, não sei se foi tudo isso que Mario de Andrade quis dizer com Macunaíma, mas sem dúvida foi o que ele e o Modernismo quiseram dizer com esse movimento de vanguarda cultural, misturando um conceito cultura nacionalista, com a essência antropofágica. O Brasil é considerado o 13º maior império da história da humanidade, pois conserva uma faixa territorial de proporções continentais, e sempre pôde conservar sua faixa territorial e anexar novas; enfrentou conflitos separatistas, como na Cisplatina, Guerra do Paraguai e outros conflitos civis, de ordem política ou demográfica, mas de forma mais branda que os continentes como o Europeu, Asiático, Centro Americano e Africano.
A população indígena mundial diminui a cada ano, mas há uma expectativa de pesquisadores que hajam muitas tribos que nunca tiveram nenhum contato com o “homem branco”, e o Brasil abriga ainda 80% da população mundial de índios, e a expectativa sobre os dados atuais do IBGE é que no Brasil a população indígena seja de 896,5 mil índios, ocupando áreas de reserva que representam 12,5% do espaço territorial brasileiro, além do mais tem se observado um movimento de acentuado de crescimento de populações indígenas no Norte e Centro-Oeste brasileiro, e diminuição de concentração populacional nos centros urbanos dessas regiões, ou seja, um ruralismo.
Já nós, somos, o que nós sempre fomos - gente dessa terra, mas por vezes com manias de querermos ser do estrangeiro, mudando de cor, mudando de crença, esquecendo e perdendo as nossas, perdendo o destino funcional de nosso desenvolvimento individual e consequentemente social, e o sentido do que queríamos ser, de nossa vocação e apenas negando nosso espírito Macunaíma, mas não abrimos mão do carnaval, dos esportes com bola, das danças e rituais folclóricos, sem nem perceber conservamos um espírito e ao mesmo tempo repudiamos e negamos, jogamos pedras naquele rio que nos criou e nos saciou, como um seio fornecendo proventos para a existência, e esquecemos que o rio sempre volta ao seu curso natural.
Esse nosso espírito que ecoa pelas florestas, seus cânticos por vezes são trovões de Tupã e suas mensagens. Nessa nossa terra conhecida mundialmente como sendo a terra dos trovões, e também os cânticos ecoam no ar, no mar, nos rios, nos pântanos, no árido, na caatinga, nas dunas, nos lençóis, nos pampas, no pantanal, nas ruas, nas ocas, nas cavernas, nas casas, nos jardins, nas serras, nas chapadas, na terra, no mangue, no ribeirão, nas árvores, no chão, na terra, no ar e em todos os cantos do Brasil.
Não temos mais tempo para ouvir o tal canto da floresta vir por todo lugar, parece que infelizmente apenas nos mantemos fascinados pelos espelhos dos povos de além-mar, esperemos que nossa consciência traga o rio de volta ao seu curso e nos devolva uma cultura que pretende prosperar para o progresso, ou inconscientemente estaremos propensos a experimentar certas dores, de um processo disfuncional, que não segue o destino proposto pelo rio.
XII. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
ANDRADE, Mário de. Macunaíma – O Herói Sem Nenhum Caráter. Belo Horizonte, ed. Itatiaia, 1986.
FREUD, Sigmund, Obras Completas Volume 12: Introdução ao Narcisismo, Ensaios de Metapsicologia e Outros Textos (1914-1916). Tradução: Paulo César De Souza. São Paulo. ed. Companhia das Letras, 2010.
FREUD, Sigmund. A Dissolução do Complexo de Édipo (1924). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro. ed. Imago, 1996.
FREUD, Sigmund. Algumas Consequências Psíquicas da Diferença Anatômica Entre os Sexos (1925). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro, Imago, 1996.
FREUD, Sigmund. O Mal-estar na Civilização (1930). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro. ed. Imago, 1996.
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro, Editora Record, 1998.
MALINOWSKI, Bronislaw. Argonautas do Pacifico Ocidental: Um Relato do Empreendimento e da Aventura dos Nativos nos Arquipélagos da Nova Guiné Melanésia. São Paulo, ed. Abril Cultural, 1976.
OTERO, Edgardo. A Origem dos Nomes dos Países. São Paulo. ed. Panda Books, 2006.
RIBEIRO, René. Religião e Relações Raciais, Coleção “Vida brasileira”, Volume 6. Ministério da Educação e Cultura, 1956.
XIII. CONSIDERAÇÕES
Monografia apresentada à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), como exigência parcial para obtenção do certificado de extensão no curso de Sujeitos da Psicanálise; ensaio inicial sobre comportamento social brasileiro e ferramenta de análise sócio-cultural.
COMPLEXO DE MACUNAÍMA - A IDENTIDADE BRASILEIRA
Psicólogo Felipe A. Zamboni (2016)
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